Ao observarmos a roda do ano, que simboliza a passagem das estações, fases da lua, equinócios e solstícios, reconhecemos os ciclos da vida presentes na natureza. Esses ciclos nos lembram que estamos inseridos em um processo contínuo de renovação e transformação, assim como as estações do ano que trazem diferentes energias e oportunidades.
Os sabás, as datas comemorativas da roda do ano, nos convidam a honrar e celebrar a natureza em seus diversos aspectos. Originados da tradição celta, esses festivais reconhecem a posição da Terra em relação ao Sol e homenageiam divindades como a Deusa e o Deus.
Conectar-se com as egrégoras ancestrais originárias desses cultos em torno da roda do ano nos permite acessar a sabedoria e a energia de nossos antepassados. Ao nos unirmos em força com as bruxas ancestrais e os praticantes das antigas tradições, estabelecemos um elo com o passado e trazemos à tona o conhecimento sagrado que foi transmitido ao longo dos séculos.
Ao contemplarmos o sol que nos aquece e ilumina, podemos perceber que essa mesma luz já aqueceu e iluminou os corações de nossos ancestrais. A lua, tão misteriosa e encantadora, foi alvo de admiração e culto por gerações passadas. Essas observações nos conectam com a continuidade da existência humana e nos lembram de nossa pequenez diante da grandiosidade do universo.
Através da conexão com a natureza, os elementos e as egrégoras ancestrais, ampliamos nossa percepção e transcendemos os limites do mundo material.
Essa conexão com a natureza é fundamental para que o equilíbrio interior dos elementos do praticante ocorra somado aos elementos da natureza, isso é de extrema importancia na hora de levantar poder.
Vejam a roda do ano como um calendário que traz movimentos ancestrais importantes para o seu desenvolvimento. Passar por estas celebrações é sentir na pele estes movimentos, é se abrir para receber a guiança e nos faz celebrar a natureza acordando ela em nós.
ORIGENS
O culto e as práticas relacionadas à roda do ano têm suas origens na tradição dos povos antigos, especificamente entre os celtas. Os celtas habitavam principalmente regiões da Europa Ocidental, incluindo partes do que hoje são conhecidos como Reino Unido, Irlanda, França e outras áreas. Essas regiões estão localizadas predominantemente no hemisfério norte.
A roda do ano e as celebrações associadas a ela têm uma base histórica e cultural no hemisfério norte. Com o passar do tempo, a roda do ano e suas práticas se espalharam por diferentes partes do mundo e foram adaptadas e incorporadas a outras tradições espirituais e religiosas, formando a roda sul.
DIFERENÇAS NORTE X SUL
As estações do ano são experimentadas de forma invertida nos hemisférios norte e sul. Enquanto no hemisfério norte a primavera ocorre de março a junho e o outono de setembro a dezembro, no hemisfério sul, essas estações são invertidas. Nesse sentido, a primavera se estende de setembro a dezembro, enquanto o outono ocorre de março a junho. Essa inversão das estações tem um impacto direto nas celebrações e rituais da roda do ano em cada hemisfério.
Os equinócios e solstícios também variam entre os hemisférios. No hemisfério norte, o equinócio de primavera ocorre por volta de 20 de março, marcando o início da primavera, enquanto o equinócio de outono ocorre por volta de 22 de setembro, marcando o início do outono. No hemisfério sul, essas datas são invertidas, com o equinócio de primavera ocorrendo em torno de 22 de setembro e o equinócio de outono por volta de 20 de março.
Além das diferenças astronômicas, as celebrações da roda do ano também podem variar de acordo com as tradições culturais e espirituais de cada região. As influências culturais e ancestrais moldam práticas e rituais específicos em cada comunidade, incorporando crenças e símbolos únicos às celebrações.
A diversidade climática entre os hemisférios também afeta a flora e a fauna presentes em cada estação. As plantas que florescem e os animais que estão ativos durante cada estação podem apresentar diferenças significativas entre o hemisfério norte e o sul. Essa riqueza natural se reflete nas celebrações e rituais, que podem incorporar elementos e símbolos específicos da flora e fauna locais.
NÃO SIGA NO AUTOMÁTICO
Embora a roda do ano seja uma poderosa ferramenta de conexão com a natureza e a espiritualidade, é importante lembrar que não devemos segui-la de forma automática. Cada um de nós tem uma jornada única e individual, e é essencial que encontremos nosso próprio caminho dentro dos ciclos da vida e da roda do ano.
Seguir a roda do ano sem questionamentos pode nos levar a uma experiência superficial e desprovida de significado pessoal. É fundamental que exploremos e aprendamos com cada estação, cada fase da lua e cada celebração de forma íntima e genuína. Somente assim poderemos realmente compreender e sentir a profundidade dos ensinamentos que a natureza nos oferece.
Cada um de nós é um ser em constante evolução, com necessidades, desejos e intuições únicos. Ao nos conectarmos com a roda do ano, é importante que sintonizemos com nossos próprios ritmos internos e escutemos a sabedoria de nossa própria alma.
Se abra às suas próprias experiências e intuições, e se possível encontre um equilíbrio entre a tradição e a expressão autêntica de sua espiritualidade. Dessa forma, você abrirá portas para um profundo crescimento pessoal e uma conexão verdadeira com a natureza e o divino.
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